(lembrança dos deficientes mentais)
Um paraíso ao amanhecer,
No sorriso sem dentes.
Um controle do querer.
Olhar brilhante sob as lentes.
Arrasta-se pelo assoalho frio.
Pede carinho, ergue a mão.
Te encanta meu vazio?
Não serei eu aí no chão?
A saliva escore pelos lábios.
Me observa tão encantada.
Um nirvana para os sábios.
Esta é minha sena sagrada.
Fraudas sujas, mas é feliz.
Se satisfaz, goza com uma visão,
Nunca soube o que quis,
Aceita qualquer sensação.
"Linda, linda, linda"
Viro-lhe as costas, saio.
Teu olhar está aqui ainda.
Tropeço na calçada, caio.