Juntou muitas flores.
Correu ao encontro, criança.
Cheia de alegria e amores.
Esperou até apagar esperança.
- Mamãe, onde está você?
Te fiz um altar no coração.
Por dias aguardei, mas cadê?
Só tenho tu, meu Deus ilusão.
Sentadinha no gramado,
Vinham lágrimas e canções.
Sem ninguém ao lado.
Visionária das grandes paixões.
Dormiu esperando aza divina.
Sujou o bonitinho vestido.
Pequena, não vê tua sina?
Solidão! ninguém contigo!
Alice, por fora cresceu.
O mundo é fantasia e arte!
História, literatura entendeu.
Viu beleza em toda parte.
Trago-lhe flores, meu amor.
Flores de uma espécie mental.
Trago-lhe lágrimas e dor...
Ofereço a vida anormal.
Contempla teu sofrimento.
Tenta fazer a própria travessia.
Sente Deus no impetuoso vento.
Transforma a realidade vazia.
Criança de toda a opressão.
Cinco mil "bruxas" queimaram.
Como perdoar morte e prisão?
Todas as mentiras que passaram...
Não entendo esta realidade.
Não entendo o Deus da dor.
Não pode proibir liberdade.
Dou flores ao Deus do amor.
Sou menina, quero ser santa.
Sou boba, quero ser luta.
Mas meu Deus não levanta!
Ele nao está, só minha busca!
Já cresceu, tornou-se mulher.
O que vê é delírio, loucura.
Teu sonho é vão, quem quer?
O desejo é doença, tenta a cura.
Sou adulta me tornei animal.
Minha menina interna é solidão.
Me recuso a ser um racional.
Lhe trago flores, Deus paixão.
As flores murcharam.
Lágrimas, melancolia.
Projetos me abandonaram.
Morte mental, letargia.
Segura-me mãos petrificadas,
Pupilas dilatadas.
Mas eu sei:
Toda busca é nada!
Não sou mais eu,
Sou o Sol...
Onde meu Eu se meteu?
Preciso de Haldol.
O corpo cai.
A mente já caiu,
Tanto...tanto tempo
O eu se tornou vento.
Precisava lamentar.
A ilusão é ilusão,
Que é a vida então?
Esta é tua sina.
Não é vida.
Carbacaína.
Flores secas de calor...
O que é o amor?
Extensão da nossa dor!
Morfina...Por favor!
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