Uma chuva intensa cai.
As janelas do quarto abro.
Vejo alguém que no relento vai.
Sem rumo, futuro macabro.
Será que sente frio e chora?
Fico parada a imaginar.
A realidade me apavora.
Ó Deus, Faz-me sonhar!
As casas erguem-se imperiais.
Corpos amontoam-se ao relento.
Esperança eles não tem mais.
Sem fazer nada não aguento.
Sou muito covarde, senhor.
Esitar quando devia ter ousadia.
Ficar apenas admirando a dor
E desejando vivê-la no meu dia.
Nos mendogos vejo liberdade,
O espírito de desprendimento.
Sem excessos de vaidade...
Mas seus dias são tormento!
Queria deles ter a alma.
Aquecer, limpar a ferida.
Amar e ajir com calma.
Entregar a minha vida!
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