sexta-feira, 28 de setembro de 2007

Suspiros Insanos




Na noite escura e nua,


Repleta de loucos ruídos,


Toda razão se atenua.


Os amantes se tocam.




Não haverá retroceder.


A verdade é verdade com magia.


Os músculos reagem a ação.


Corpo macio...molhado...


A fantasia faz a excitação.




Os dedos desesperados penetram


As ondas ruivas capilares.


Os gemidos roucos deletam


As convenções milenares.




Ato que parece delicado.


O interior grita violento,


É a destruição do ser amado!


Isso é nobre sentimento!




Libera o instinto animal,


Para unir dois num só.


Desejo sôfrego incondicional


Consumindo-se sobre o túmulo.




O prazer ousa interrogar.


O defunto não responde, grita:


"Sou vazio pra prazer vulgar!"


O outro sorri, não esita.


"Mostro-me e mato solidão.


Ataco uma vítima especial,


Preencho seu vazio de paixão".




O cadáver lamenta, chora.


Sente os vermes lhe devorar.


Suspira e o prazer não ignora


Não quer com ele terminar.


Se deixa apodrecer, implora...




Sexo sobre o túmulo. Frenético.


Se maldizem, se condenam, se deleitam.


O corpo ficará esquelético


e será comida de vermes!