sábado, 29 de março de 2008

Virtual


As mentes apaixonadas

Se encontram,

Com sede insaciável de saber.

Os corpos permanecem distantes,

Searados, frios e solitários.


Amava sobretudo a solidão,

Mas a mente poderosa fujia dela.

Não queria suervalorizar o amor...

Mas o corpo pedia amparo.

Será um esforço inútil...

Lutar contra o humano viciado?


Oh! mente errante,

contenha-se.

O limite é prisão,

E o toque ilusão.

sábado, 22 de março de 2008

Tortura




As páginas do diário ficam vazias,



Não quero escrever nada além



De um nome que brilhou nas páginas anteriores.



O telefone toca outra vez,



Nem quero mais consolo,



Dispenso vossas condolências.






Hoje o tempo fechou,



Não tive como fujir.



A cama me acolheu nua,



Tão doente e tão só,



Sem sonhos, sem rima.






O violão canta melancolia,



Não quero ouvir seu choro



Para sentir minhas lágrimas.



Quero acordar, mas não dormi.



Quero acordar da vida que não vivi.






Meu demônio fica aos pés,



Não ri para animar meu sarcasmo.



Detesto quando ele é silêncio,



Mas demônios sabem torturar,



Demônios amam e odeiam poetas.






"Que queres tu com felicidade?"



Pergunta-me somente para ver



Meu ID reprimir-se de dor.



"Acaso não te contei das armadinhas?"



Suspiro, ele sabe que vou chorar,



Mas não pode imaginar



Que estou doente demais,



Magoada demais para humilhar-me.






O inimigo inclina-se ao meu olhar,



Provoca-me com palavras doces.



Ele sabe o quanto isso me irrita,



O quanto a misericórdia o eleva sobre mim.



Como meu dono, me afaga,



Acaricia minha nudez,



Para que eu aceite substituida



Pelo seu ego.






É como mágica.



Não sei o que é bom ou mal.



Nada degrada mais que a bondade.



Nada é mais mal que a verdade.



Dispenso vossas condolências,



Eu e meu demônio passamos bem.









sábado, 8 de março de 2008

Queda feminina


Vestido branco, pele macia.

Véus deslizam sobre a grama.

Sorrisos e sol são terapia.

Teu corpo nú sobre a cama.


Os joelhos se dobram

Você é meu encanto,

Mas os deuses cobram

E neste inferno falta santo.


Você é minha eternidade.

Só importa minha certeza.

Só importa minha verdade.

É só paz, alegria, beleza.


Acorda desta utopia.

Poderia até ser real...

Se a cabeça fosse vazia,

Ouvisse e sentisse mal.


Criança toma cuidado,

O demônio vai te comer,

Depois o anjo deita ao lado,

Para depois do gozo adormecer.


O mundo é preto e branco,

Enquanto o branco não falta.

Fecha a cara, veste o manto.

A poesia mata e sepulta a pauta.