sábado, 22 de setembro de 2007

Predestinada


Respirou profundamente,

Arqueou o corpo em um espasmo lento,

Conteve o último gemido,

Abrio os olhos...

Desencanto.


Queria eternidades perfeitas.

Desejava a intensidade do fogo,

Consumindo toda melancolia

dessa minha verdade vazia.


São setenta chibatadas,

Condenação da ausência moral.

A escrava sentiu prazer.

A escrava implora.

Ela paga pela dor e chora.


Não há existência,

Somente a experiência.

Não existe Mestre, nem senhor,

Apenas uma amante da dor.


Que importa a insensatez?

Brinda, bom vinho ao sangue.

Organismo faz uma canção.

A boca implora mais emoção.


Mulher é maldita,

Sorrisos inocentes na traição.

O carrasco grita e chama.

Diz que só tortura porque ama.


A criança paraliza-se,

Pede sem palavras.

Coração puro regeita poder,

Suplica humilhação e prazer.

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